Próximo ao Dia de Combate e Prevenção a Hanseníase, celebrado em 26 de janeiro, a Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) orienta a população sobre a doença infecto contagiosa, transmitida por meio das vias respiratórias e alerta para a importância do diagnóstico precoce. Segundo dados do Ministério da Saúde, 30 mil pessoas foram atingidas pela doença apenas em 2012.
O bacilo de Hansen, causador da doença, é um parasita intracelular que apresenta afinidade por células cutâneas (pele) e por células dos nervos periféricos. “O papel do patologista no diagnóstico é ler as biópsias de pele suspeitas de hanseníase e pelas características morfológicas. Esta biópsia precisa ser meio profunda para avaliar o comprometimento dos pequenos filetes nervosos da derme profunda e também para pesquisa da bactéria. Eventualmente, a hanseníase pode comprometer apenas nervos periféricos sem lesões na pele e no caso é necessária a biópsia do nervo para a confirmação do diagnóstico”, explica a dermatopatologista Milvia Enokihara, membro da SBP e da Escola Paulista de Medicina (UNIFESP).
A descoberta rápida da doença é muito importante para o tratamento. “O diagnóstico precoce é muito importante porque as reações inflamatórias de cada pessoa à bactéria são diferentes. Algumas conseguem destruir a bactéria, mas acabam destruindo a estrutura onde ela está. Com isso a pessoa perde a sensibilidade dolorosa, térmica, táctil e as consequências dependem da gravidade, da extensão do acometimento da pele e nervos e se são irreversíveis ou não. Quanto antes for feito o diagnóstico menos alterações neurais graves ocorrem e isto é melhor para o paciente”, diz a demartopatologista.
Saiba mais sobre hanseníase
A hanseníase é transmitida por uma pessoa já doente e sem tratamento que entra em contato com uma saudável. O bacilo de Hansen entra no organismo por meio das vias respiratórias e se desenvolve naquelas que não tem defesa imunológica saudável.
Fique atento, os sintomas mais comuns da Hanseníase são:
- Manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo com perda ou alteração de sensibilidade;
- Área de pele seca e com falta de suor; com queda de pelos, especialmente nas sobrancelhas; com perda ou ausência de sensibilidade;
- Sensação de formigamento (parestesias) ou diminuição da sensibilidade ao calor, à dor e ao tato. A pessoa se queima ou machuca sem perceber.
- Dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas, inchaço de mãos e pés.
- Diminuição da força dos músculos das mãos, pés e face devido à inflamação de nervos, que nesses casos podem estar engrossados e doloridos.
- Úlceras de pernas e pés.
- Nódulo (caroços) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos.
- Febre, edemas e dor nas juntas.
- Entupimento, sangramento, ferida e ressecamento do nariz;
- Ressecamento nos olhos;
- Mal estar geral, emagrecimento;
- Locais com maior predisposição para o surgimento das manchas: mãos, pés, face, costas, nádegas e pernas
FONTE: https://www.sbp.org.br/